
UM POEMA E UMA LÁGRIMA
Texto de Aluisio Cavalcante Jr.
Nestes dias em que se celebra a vida da mulher,
Fico a pensar nas inúmeras mulheres que vagam pelo mundo,
Sem ter direito a celebrar as suas vidas.
Mulheres vítimas de exploração sexual.
Mulheres que sofrem violência doméstica.
Mulheres que vêem seus filhos se perderem pelo mundo.
Mulheres que são vítimas de trabalho escravo.
Mulheres que tem corpos e almas mutilados
Em nome de tradições justificadas pela irracionalidade.
Mulheres são jardins onde crescem sementes de vida.
Se deixarmos morrer estes jardins,
Deixaremos morrer também a esperança
E todas as coisas boas que nascem a partir desta esperança.
A essas inúmeras mulheres dedico este poema,
Embora saiba que ele não chegará às suas mãos,
E também as minhas lágrimas,
Com as quais inundei de carinho estas palavras.
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A HISTÓRIA DO TEXTO
Em sua edição de junho de 1985, a revista americana
National Geographic
publicou aquela que se tornaria uma de suas capas mais famosas.
Ela trazia a foto de uma menina afegã, de olhos verdes,
dona de uma beleza extraordinária,
emoldurada por cabelos desgrenhados e um xale rasgado.
Chamava-se Sharbat Gula.
A imagem quase bíblica, feita no ano anterior,
em um campo de refugiados no Paquistão, correu o mundo como
síntese do sofrimento de um país antiqüíssimo,
devastado por uma guerra que lhe
estava matando a esperança – na época, contra o invasor soviético,
instalado no Afeganistão desde 1979.
O encontro entre a menina e o fotógrafo Steve McCurry foi breve.
Em janeiro de 2002, uma expedição da National Geographic
viajou ao Afeganistão, com a missão e localizá-la.
Aos trinta anos, envelhecida precocemente,
pouco lembrava a menina de antes.
Mãe de quatro filhas ( uma das quais já falecida ), semi-analfabeta,
seu grande sonho era que suas filhas pudessem estudar.
"Eu queria terminar a escola, mas não foi possível.
Fiquei triste quando tive de sair."
Para ser fotografada, ela teve de pedir permissão ao marido.
Foi a segunda foto que ela tirou em toda a sua vida.
Em reconhecimento a Sharbat Gula, a National Geographic
Texto de Aluisio Cavalcante Jr.
Nestes dias em que se celebra a vida da mulher,
Fico a pensar nas inúmeras mulheres que vagam pelo mundo,
Sem ter direito a celebrar as suas vidas.
Mulheres vítimas de exploração sexual.
Mulheres que sofrem violência doméstica.
Mulheres que vêem seus filhos se perderem pelo mundo.
Mulheres que são vítimas de trabalho escravo.
Mulheres que tem corpos e almas mutilados
Em nome de tradições justificadas pela irracionalidade.
Mulheres são jardins onde crescem sementes de vida.
Se deixarmos morrer estes jardins,
Deixaremos morrer também a esperança
E todas as coisas boas que nascem a partir desta esperança.
A essas inúmeras mulheres dedico este poema,
Embora saiba que ele não chegará às suas mãos,
E também as minhas lágrimas,
Com as quais inundei de carinho estas palavras.
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A HISTÓRIA DO TEXTO
Em sua edição de junho de 1985, a revista americana
National Geographic
publicou aquela que se tornaria uma de suas capas mais famosas.
Ela trazia a foto de uma menina afegã, de olhos verdes,
dona de uma beleza extraordinária,
emoldurada por cabelos desgrenhados e um xale rasgado.
Chamava-se Sharbat Gula.
A imagem quase bíblica, feita no ano anterior,
em um campo de refugiados no Paquistão, correu o mundo como
síntese do sofrimento de um país antiqüíssimo,
devastado por uma guerra que lhe
estava matando a esperança – na época, contra o invasor soviético,
instalado no Afeganistão desde 1979.
O encontro entre a menina e o fotógrafo Steve McCurry foi breve.
Em janeiro de 2002, uma expedição da National Geographic
viajou ao Afeganistão, com a missão e localizá-la.
Aos trinta anos, envelhecida precocemente,
pouco lembrava a menina de antes.
Mãe de quatro filhas ( uma das quais já falecida ), semi-analfabeta,
seu grande sonho era que suas filhas pudessem estudar.
"Eu queria terminar a escola, mas não foi possível.
Fiquei triste quando tive de sair."
Para ser fotografada, ela teve de pedir permissão ao marido.
Foi a segunda foto que ela tirou em toda a sua vida.
Em reconhecimento a Sharbat Gula, a National Geographic
criou um fundo de caridade,
com o objetivo de beneficiar as mulheres afegãs.
Penso que enquanto vidas não puderem ser vividas plenamente,
nossa missão no mundo jamais estará concluída.