domingo, 28 de março de 2010



UM POEMA E UMA LÁGRIMA
Texto de Aluisio Cavalcante Jr.


Nestes dias em que se celebra a vida da mulher,

Fico a pensar nas inúmeras mulheres que vagam pelo mundo,

Sem ter direito a celebrar as suas vidas.

Mulheres vítimas de exploração sexual.

Mulheres que sofrem violência doméstica.

Mulheres que vêem seus filhos se perderem pelo mundo.

Mulheres que são vítimas de trabalho escravo.

Mulheres que tem corpos e almas mutilados

Em nome de tradições justificadas pela irracionalidade.

Mulheres são jardins onde crescem sementes de vida.

Se deixarmos morrer estes jardins,

Deixaremos morrer também a esperança

E todas as coisas boas que nascem a partir desta esperança.

A essas inúmeras mulheres dedico este poema,

Embora saiba que ele não chegará às suas mãos,

E também as minhas lágrimas,

Com as quais inundei de carinho estas palavras.







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A HISTÓRIA DO TEXTO





Em sua edição de junho de 1985, a revista americana

National Geographic

publicou aquela que se tornaria uma de suas capas mais famosas.

Ela trazia a foto de uma menina afegã,
de olhos verdes,

dona de uma beleza extraordinária,

emoldurada por cabelos desgrenhados e um xale rasgado.

Chamava-se Sharbat Gula.

A imagem quase bíblica, feita no ano anterior,

em um campo de refugiados no Paquistão, correu o mundo como

síntese do sofrimento de um país antiqüíssimo,

devastado por uma guerra que lhe

estava matando a esperança – na época, contra o invasor soviético,

instalado no Afeganistão desde 1979.

O encontro entre a menina e o fotógrafo Steve McCurry foi breve.

Em janeiro de 2002, uma expedição da National Geographic

viajou ao Afeganistão, com a missão e localizá-la.

Aos trinta anos, envelhecida precocemente,

pouco lembrava a menina de antes.

Mãe de quatro filhas ( uma das quais já falecida ), semi-analfabeta,

seu grande sonho era que suas filhas pudessem estudar.

"Eu queria terminar a escola, mas não foi possível.

Fiquei triste quando tive de sair."

Para ser fotografada, ela teve de pedir permissão ao marido.

Foi a segunda foto que ela tirou em toda a sua vida.

Em reconhecimento a Sharbat Gula, a National Geographic

criou um fundo de caridade,

com o objetivo de beneficiar as mulheres afegãs.



Penso que enquanto vidas não puderem ser vividas plenamente,

nossa missão no mundo jamais estará concluída.









terça-feira, 16 de março de 2010



SUAVE INSPIRAÇÃO
Texto de Aluísio Cavalcante Jr.


A cada amanhecer de um novo dia,

Pode-se observar ao lado do nascer do sol,

A melodia suave do canto dos pássaros,

O crescer das verdadeiras alegrias,

O perfume da vida que brota das manhãs.

Porém o que seria a chegada de um novo dia

Se não houvesse o olhar de uma mulher?


A cada dia que a vida cresce em nós,

Crescem com ela nossos sonhos de futuro,

E a fé em tempos plenos de esperança

Repletos de dias mais calmos e melhores,

Confirmando nossas crenças inabaláveis

De que o amor sempre chegará.

Porém como cresceriam as esperanças

Se não houvesse o sorriso de uma mulher?


Voltar para casa a cada final de dia,

E abraçar nossas mães, filhas, esposas,

Amigas e companheiras de vida,

Faz-nos entender que a vida tem as cores dos afetos.

Celebrar a vida de uma mulher

É uma inspiração para se cultivar todos os dias,

Pois o que seria da existência de um homem,

Se não houvesse para dar sentido a sua vida

A inspiração verdadeira de uma vida de mulher?





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A HISTÓRIA DO TEXTO





Quando escrevi este texto,

imaginava que a grande alegria de um homem

era ter a sua vida multiplicada pelo amor de uma mulher.

Hoje já não imagino.

Tenho certeza.









quinta-feira, 4 de março de 2010


O JOVEM E O GÊNIO
Texto de Aluisio Cavalcante Jr.



Há muitos anos atrás

Um jovem de uma pequena cidade perdida no tempo,

Encontrou uma lâmpada maravilhosa.

Esfregou-a, aparecendo em seguida

Envolto em fumaça,

Um gênio encantado,

Que com uma voz suave e forte disse:


“- Pede o que quiseres meu jovem.

Basta um pedido teu

Para que eu coloque em tuas mãos,

O maior dos tesouros, entre todos os tesouros,

A maior das belezas, entre todas as belezas,

O maior dos sonhos, entre todos os sonhos...”


O jovem que a tudo escutara pacientemente

Vendo o gênio silenciar, respondeu:


“- Bondoso gênio.

O maior dos tesouros,

A maior das belezas,

O maior dos sonhos,

Não poderás jamais dá-los a mim,

Pois eles voam nas asas de um pássaro

Que escolhe em quais céus deve voar.


Não podem pertencer a um homem,

Pois voam pelo mundo

Dando valor às esperanças,

Semeando a beleza das revoluções,

Gerando os sonhos de liberdade...”


“- E que pássaro é este que não posso dar-te, meu jovem?”

Perguntou o gênio.


“- Ainda não descobristes?”

Respondeu o jovem sorrindo.


“- Chama-se MULHER!”





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A HISTÓRIA DO TEXTO





Este texto nasceu de uma homenagem ao dia da mulher.

Mulheres merecem afeto todos os dias.

Não como seres perfeitos, mas companheiras de viagem.

Acredito que se o mundo fosse mais feminino

a vida seria mais calma.

Mulheres tem o dom de tornar o aparentemente simples

no eternamente encantador.